quinta-feira, 13 de maio de 2010

encontro clandestino 2


Também houve outro encontro clandestino...numa noite da ultima semana...estava escuro. ninguém saía, nós sim. sentámos-nos num pequeno restaurante bar de uma outra cidade longe que fica aqui perto...e partilhámos dores e maleitas, angustias e libertações com queijos e saladas exóticas em molhos de leite de côco com vinagre balsâmico. Estavamos as duas lá...ainda que por vezes dissociadas em futuros inimaginários ou em passados de outras dimensões que já não são, que nunca mais são...Mas naquele momento vivemos aquele momento. Já não me lembro qual era o vinho. O vinho era importante...qual era mesmo? quando chegou a refeição após as demoradas e degustosas entradas...já ninguém queria comer mais. Tínhamos comido tantas coisas, tantas palavras tantos medos e agitações, tantas angustias e tantas memórias...estavamos plenamente satisfeitas...a noite estava bonita lá fora...ouvia-se o mar e as vozes de dois amantes, ali perto...discutindo quem amava mais quem...como se pode saber? mas sempre se coloca esta questão...no fundo, no fundo...o abismo, o receio da noite não acabar mais ou até de acabar muito depressa...e depois do fim? Tudo isto foi absolutamente clandestino...absolutamente.

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