
depois do porto fui até ao gerês, o mais antigo parque natural de portucale. é um pequeno hino à mãe natureza, bonito até dizer chega. ia lá muito quando estava em aveiro, cheguei inclusivé a fazer campismo selvagem (não me deixaram ficar no parque de campismo porque não tinha carta de campista) no meio dos lobos e das víboras. os lobos só existiam nas terras mais altas, mas as víboras, essas nunca se sabe. diz-se que são as unicas em portugal que matam um homem, mas em braga há soro antiofídio e o veneno é lento a actuar. mas são muitíssimos raros os acidentes com as víboras. agora então já devem estar mais ou menos extintas. estou a dizer isto para sossegar as mentes mais inquietas porque vale mesmo a pena conhecer os bosques e as escarpas do gerês. foi um regresso a casa. há sítios que são a nossa casa, alguns ainda nem sequer os conhecemos. à entrada do parque existe a albufeira da caniçada, que se estende por quatro vales que desenham os dentes e o cabo de um tridente. foi nas encostas da albufeira que ficámos, numa quinta de turismo rural. o caminho que passava pela nossa casa,
serpenteava até à água, onde havia este ancoradouro. e esta paz. no domingo de páscoa passaram o dia a atirar morteiros. o som propagava-se em ecos sucessivos pelos quatro vales. todos os povoados das margens da albufeira deitaram as suas salvas, desde o nascer do sol até muito depois do seu pôr. e mesmo assim esqueceram-se de alguns, porque na segunda ainda houve quem morteirasse. todos os dias de manhã, o pessoal da quinta deixava um cesto com o pequeno-almoço no alpendre da nossa casa. a lenha a crepitar na lareira, o céu ora chuvoso ora estrelado, densamente estrelado. o gerês é portucale profundo, em estado semiselvagem. e eu gosto. fomos a umas cascatas, uns saltos que o rio homem dá pouco depois de se constituir como rio. fomos também por uma estrada daquelas com a berma a pique e a subir muito, em que a cada curva que se dá, o vale de onde estamos a sair ganha uma dimensão cinematográfica...

5 comentários:
Fixe, família Moreira! Ainda bem que se divertiram e relaxaram!
A 1ª vez que visitei o Gerês,foi o ano passado, em finais de julho. Não sei se porque não visitei os locais mais giros, se porque não sou apreciadora de montanhas que não tenham lagos ou mar à vista, ou porque nã estava praí virada , não gostei...desculpem! parece uma traição à pátria , mas olha ...prefiro os Alpes, os lagos italianos rodeados por belas montanhas...eh , pá gente fina!! Que querem?!!
Se calhar tenho que lá voltar e tu fazes de guia!!!Que tal??
:) nem todos os sítios são a nossa casa... os alpes também não está mal mas cada sítio tem o seu charme. e lagos no gerês não faltam. são artificiais, mas estão lá.
Tenho que digitalizar umas fotos da honey moon cá da je no Gerês onde tens lagos, cascatas, vegetação exuberante, em resumo só falta a neve dos Alpes e foi porque foram tiradas em Agosto.
Nélio, acho que devemos fazer uma visita guiada à São por terras portuguesas!
Oi
A malta cá se ficou pelo Al-Gharb, lagos aqui só o da Alameda, mas esse já nem tem patos nem nada!
Eh!Eh!
Ant Leal
gostei de ler. mas eu cá gosto muito de ser mouro. sou do sul.
e os anos que vivi em aveiro (e em que conheci melhor portucale) fizeram-me mesmo cantar, como vitorino, "vou-me embora, vou pró sul"
bjs amigos
PS mas fiquei com saudades de voltar ao gerês.
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