sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A crónica que era para ser do Nélio mas que não foi...

A “Telha

Recentes descobertas das Neurociências vieram revelar interessantes aspectos acerca de um Síndrome antes desconhecido, ou melhor, incorrectamente diagnosticado e classificado simploriamente como “ rabugice”. Estamos a falar da “Telha”.
A “Telha” é um Síndrome multifacetado, podendo apresentar diferentes manifestações, tantas quantas os pacientes….
Vejamos alguns das suas características mais habituais:
- Inquietação persistente (tipo “ barbelitos” na barriga ou “bicho carpinteiro no r…) que não permite que o paciente se consiga concentrar ou retirar prazer de qualquer tarefa por mais interessante que ela seja;
- Necessidade de estar só e em silêncio (os barulhos triviais ou a voz humana poderá causar um agravamento dos outros sintomas)
Ou por outro lado, procura de locais superpovoados, tipo Centros Comerciais e Supermercados, onde o paciente possa passar despercebido deambulando semelhante a um “zombie”entre vitrinas e prateleiras, mas sem “VER” nada;
- A TV, é um grande recurso destes pacientes, já que lhes permite um alheamento perfeitamente justificável (estão a ver o Programa X - não podem ser interrompidos);
- O “humor de cão” é também bastante usual!
Não confundir com humor depressivo!
Mais uma vez, o “humor de cão” é um “estado de espírito” que consiste na ruminação constante de ideias completamente disparatadas e sem interesse nenhum mas que corroem a boa disposição do paciente, podem fazê-lo verter lágrimas com alguma intensidade levando-o ao desespero e a quem o rodeia.
Daí que, a manifestação deste sintoma seja por vezes o “rosnar contra tudo e contra todos”
- As interacções sociais podem ser bastante comprometidas.
A mais pequena verbalização por parte do outro, pode despoletar uma verdadeira espirail de “conversa de parvos” interpretando sempre o paciente, as palavras do outro como ataques pessoais ou simplesmente como confirmação da sua própria argumentação! (Muito perigoso !!!)
Normalmente termina quando o outro interveniente desiste e frequentemente sem nenhum deles se lembrar muito bem, afinal “que raio de importância tinha esta conversa!!!”
Dada a gravidade e a extensão dos danos que a “Telha” pode causar no próprio e sobretudo nos mais próximos, que se transformam rapidamente em vítimas (conjugues, filhos, colegas e a amigos) é de extrema importância a detecção precoce do aparecimento dos 1ºs sintomas e tomar imediatamente previdências para que estes não provoquem danos irreversíveis quer na auto-estima do próprio quer nos “inocentes” que o rodeiam!
- A “Telha” é imprevisível quando ao seu aparecimento mas há estudos que apontam para uma cerca correlação com o factor “folha” – subida da folha (na Primavera) e queda da folha (no Outono)…
- A “Telha” é altamente contagiosa, logo, dever-se-á manter uma distância razoável enquanto a crise aguda persistir (por mais que não seja, por segurança física…)
Quanto ao tratamento, estudos recentes apontam para uma melhoria significativa, quando os pacientes são submetidos, voluntária ou coercivamente a inspirações de ar fresco do campo, exposições moderadas a raios solares de preferência ao som do ondas do mar, refeições prolongadas, ricas em gorduras, açúcares e disparates, bem acompanhadas de derivados naturais de frutos nomeadamente das uvas.

Se nada disto resultar umas doses extra de mimos também poderão ser benéficas (esta última sugestão apesar de não ter sido testada em laboratório baseia–se em avaliações empíricas…)

4 comentários:

m. disse...

Hoje é um dia giro (quando o Egipto, 1º país dos árabes a entrar num processo de democratizzação, dos direitos humanos) e é dia
11022011

São Grade disse...

esperemos que assim seja!!!

Ana V. disse...

Fantástico texto finalmente o meu diagnóstico está feito!!!!

nelio disse...

:) pois atrasei-me com as crónicas, mas tu escreveste uma que deixa as minhas a um canto. também, a gente escreve e depois fica com a sensação que está a pregar no deserto...