quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não me lembro de nenhum...título

Inspirada no post acerca dos Radiohead e comentário do Nélio acerca do artista parecer que estar a convulsivar e já que tenho andado aqui pesquisar umas coisas sobre a esquizofrenia, aqui vai um breve apontamento para “nossa distração”!
 Os apartes coloridos nada têm de científico, reflectem simplesmente a minha típica e compulsiva tendência de “ajavardar = dizer disparates” quando falo de coisas sérias!

Enfim, de “médico e de louco todos temos um pouco”, right?
 E então, qual é o segredo da criatividade? Um pouco de loucura, talvez?

Parece confuso, mas um grupo de cientistas (de certeza psicólogos sem nada que fazer…) do Instituto Karolinska, na Suécia, dedicou-se a espreitar o cérebro de pessoas sadias (supostamente…) e chegaram à conclusão que, no que respeita à criatividade existem alguns aspectos muito semelhantes aos observados em pessoas com esquizofrenia .

Um grande número de artistas e cientistas devem (supostamente) as suas mentes únicas e criativas à esquizofrenia como por exemplo Vincent Van Gogh e o matemático e economista John Nash . (mas isso vocês todos já sabiam…)

Vai daí, os pesquisadores estudaram alguns cérebros criativos usando técnicas sofisticadas como a Tomografia por Emissão de Pósitrons (esta não sabiam vocês!!) e centraram a sua atenção sobre o sistema de dopamina, neurotransmissor conhecido por estar associado aos sintomas psicóticos ( para além de se meter em assuntos como algumas funções cerebrais como a cognição, a aprendizagem, ou o sistema de recompensa e punição)


Inda aí estás, Paulo?
Aguenta, no fim dou-te um rebuçado!


Concluíram que, quanto mais criativa é uma pessoa, menos moléculas de dopamina se ligam aos neurônios em determinada área do cérebro e menos receptores D2 existem em seu tálamo, tal como acontece nos pacientes com esquizofrenia (Get it?)
Ora, o “tálamo funciona como uma espécie de filtro do cérebro, "peneirando" um sinal antes que este possa chega ao córtex cerebral - sede dos processos ligados ao pensamento racional. Portanto, menos receptores D2 no tálamo provavelmente significará um menor grau de filtragem desses mesmos sinais, produzindo-se assim associações são mais soltas e categorias conceituais mais ampliadas"


"A teoria da dopamina e esquizofrenia vê o distúrbio como uma forma extrema de criatividade"
Ou por outras palavras, menos dopamina - mais pensamento e língua destravada, o que pode dar para os dois lados…
No entanto, se "isso pode facilitar a criatividade, também pode levar a padrões de pensamento desorganizados e anomalias de percepção."


Aí está! O outro lado…não há bela sem senão!
Esta semelhança impressionante oferece uma explicação única para a conexão existente entre as diferentes ideias que uma pessoa criativa usa para resolver um problema, e as associações mentais incomuns ou bizarras que os pacientes com esquizofrenia fazem.

Curiosamente também a distração, tem igualmente sido associada à criatividade!!!
Isto interessa-nos, pois quando nos disserem que estamos distraídos poderemos sempre retaliar dizendo que estamos em profundo processo criativo!!!!


Uma pessoa é considerada criativa quando consegue dar respostas novas e significativas para questões abertas, sem soluções óbvias, em oposição a respostas triviais ou bizarras. Certo?
Então: distrair-nos poderá ser a melhor maneira de resolver um problema difícil de forma criativa!!
Ignorar estímulos irrelevantes ao nosso redor é uma conquista da evolução biológica. Um animal que presta atenção a tudo e caminha pelos prados distraído acaba não percebendo o predador até que seja tarde demais.
Cá para mim, os Australopithecus, deveriam ser uns cuscas e cabeça no ar, o que os levou irremediavelmente à extinção, pois como a “curiosidade matou o gato” e por andarem sempre distraídos com as novidades do game boy e a mandar sms , foram todos papados plos predadores mais esfomeados e atentos .
Os Homo sapiens , espertalhões que nem uns macacos, safaram –se e porquê?
Adquiriram uma capacidade fundamental de se abstrair do ruído inútil e excesso de distrações, fazendo conexões entre os estímulos organizando-os numa percepção consciente. A isto, chamou-se de inibição latente.
Cientistas canadianos mostraram que aqueles que se distraem facilmente, que andam com o “radar ligado” para tudo em seu redor, têm 7 vezes menos inibição latente, mas que são os mais criativos!!


“ O que os distingue da esquizofrenia é a sua capacidade em alternar entre estados do cérebro para exercitar um maior controle cognitivo e realmente reformular e adequar os seus pensamentos à realidade "
Contrariamente, na esquizofrenia essa alternância e controlo não é feita: a distração é excessiva, a inibição latente bastante reduzida e surgem frequentemente as fugas à realidade , os delírios e as alucinções.


Voltando aos Radiohead e aos nossos ídolos musicais da juventude, teremos consciência que as suas grandes criações musicais teriam sido produzidas num estado, digamos, um pouco suspeito de alteração da consciência e sob efeito de “substâncias” que provocariam um GRANDE nível de distração! Digo eu…
 Paulito, “inda tas” aí?
Não?
Perdeste ! Não te dou o rebuçado!
Pronto, terminei a minha “distração”!

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