quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ai...que sensação de primeira vez...




Pois ainda estou aqui que nem sei por onde caminho. Devagar com um desejo enorme de fazer parte...de experimentar...mas, de fazer asneira também,...será que resulta?


De repente, e eu sei lá porquê, lembrei-me do caminho desde o portão até à garagem do Carlos Canas, do lado direito do corredor dos carros...sempre escura e pequenina onde ouvi os Angie mais lindos e bem tocados da minha vida...o pinkfloyd também lá estava. Estava sempre tanto calor. É por isso que ainda hoje fazemos tudo com paixão...fomos criados com muito calor! Com muito afecto, com muitos abraços e ternura. Ainda hoje sinto isso tudo. Porque continuo a ser sempre um bocadinho de cada bocadinho que vivi. Quente.


Depois íamos para um telhado perigosissimo que não lembraria nem aos gatos! Para espreitar bem por cima da Rua de Santo António quando a rua de Sto António era a unica coisa que existia...ainda hoje fantasticamente convidativa. Estive lá neste sábado praticamente toda a manhã. Sentada nesse banco de madeira à porta de uma seguradora bem à frente da grande torre onde uns miudos subiam de gatas e ficavam a espreitar. O sol batia-me na cara, agradável. li o jornal e comi castanhas. A temperatura, só para não dizer à São...eram pra i mais que 20, ameno. Os putos andavam a remar na Ilha dos tesos. O jornal não dizia nada e os putos, os outros, não estavam naquele dia em cima do telhado. Acho que depois de nós nunca mais houve putos em cima do telhado. Agora trabalha lá dentro a Paula Patricio e a Céu - a moça que levava as aulas de filosofia a pintar as unhas atrás dos cadernos. E nós a vermos tudo. Carlos como foi possível 7 anos na mesma turma! Quem mais connosco? Acho que mais ninguém. A temperatura diz que quer baixar...mas para nós ficará sempre a temperatura que entendermos, São! Isto é uma questão de imaginação e...de rumar a sul mais vezes. Podes trazer o Alex...as moças...Podes tirar o chapéu...Agora vou experimentar este cangalho. Blog. vou ver...Estou mesmo tremendo. Estas experiências podem dar em nada e lá se vai o texto escrito de emoções.



Abrejos mesmo é o que nós precisamos...


m. (aquela lá em cima é a Bolha (eu) no seu melhor...em alguma aula de história...não, Afonso???

Este é o ABREJo do Klimt

m.

7 comentários:

nelio disse...

a vantagem disto é que se pode sempre emendar e retocar. além disso, o blogger vai fazendo autosave de vez em quando, de modo que mesmo que falhe a luz e o computador se apague, alguma coisa se aproveita...
gostei do texto e das recordações da cgd (o meu pai é o dono da caixa, costumava dizer o carlos). aquele torreão era mesmo um privilégio, posto de observação sem igual. e aquele caminho pelas telhas até lá, uma emoção.

São Grade disse...

sem igual, aquele torreão! e é com montes de orgulho que quando lá passo com o meu pessoal digo com ar pomposo e orguhoso " sabem agente andávamos lá por cima do telhado e íamos para aquele torreão ver as pessoas passar!!" o Alex cala-se e sorri. aceita. a mais nova é nova de mais! a mais velha ( já ouviu esta história 50 vezes!!) diz "Oh mãe, outra vez!!!"
adorei as tuas memórias, são também as minhas!!
agora que já sabes como se faz toca a blogar!
para q conste hoje estão 14 graus...sempre é melhor que 5!!!

isabel brito disse...

olá malta, tou a ver se me entendo com isto.
Pois o torreão era aqela coisa, tb me lembro dessas aventuras q nem me arevo a comentar com os meus pequenos.
É isso eas visitas q nós faziamos á casa ao pé da linha do comboio.

Teresa disse...

Isso é que é precisão Meguy! "Mixturar" às 00.00 horas em ponto não é de todo de amadores. Esses retalhos de memórias sobre o telhado e a torre da casa do Canas, foi-me, ao longo da leitura que ia fazendo, desenhando um sorriso. Que memórias!

Teresa disse...

Oh Isabel! Porque não te matriculas na Turma "Mixta on line"?

Lena OR disse...

Pois entrei nesta coisa agora e ainda não me entendo lá muito bem. Sorry. Acho que tenho que pedir umas explicações às garotas lá de casa, bem mais experientes nestas modernices.
O torreão e as festas nas garagens. Os nossos divertimentos.

Carlos Canas Martins disse...

Estava aqui a pensar que lá tinha inevitavelmente entrado numa de saudosismo... Mas não, na verdade é mais que isso. São algumas saudades desses tempos, do torreão e da garagem sim, mas também memórias da descoberta e do encontro de cada um consigo próprio, com o espaço que criou e com a imagem que os outros iam fazendo... tempos giros. De busca. Mesmo já mais tarde, por vezes, parecia-me que andava perdido há tempo demais, aos tropeções na vida... Depois, felizmente, as coisas foram-se endireitando. Lembro-me bem dessa paixão com que nos empenhavamos em tudo o que faziamos e viviamos e, tal como a ti Meguy, também eu sou, hoje em dia, um bocadinho de todos esses muitos bocadinhos que acumulamos nessa altura, de forma tão quente.

É verdade, nunca mais houve putos em cima do telhado... Apenas as células (as tais, de putos), esses bocadinhos, em cada um de nós, recuperam essas memórias e, magicamente, fazem correr, pelo trilho das telhas, meia dúzia de putos à gargalhada, de novo, como se fosse hoje, para se abraçarem depois, no torreão.

É esse abraço que te quero dar Meguy, outra vez, por essas memórias, pelos 7 anos, únicos, continuamente especiais..., por te lembrares.

Pois é São, sou com frequência interrompido por essa frase "Oh pai, já ouvi essa história paí umas 500 vezes!", quando passo com a família lá por baixo e insinuo partilhar alguma das histórias de que me lembro, ...pelos vistos pela enésima vez. Enfim...

Beijo grande, pa todos.