terça-feira, 11 de janeiro de 2011

a crónica da semana

no final da semana passada fartei-me de dizer: bem, já só faltam 51! 51 semanas para acabar este 2011 que começou desenfreadamente em ritmo de depressão colectiva alimentada pelos media e manobrada com maestria pelos políticos. eu ia votar nas presidenciais, mas o 'meu' candidato teve a habilidade de me fazer desistir. o que é obra, pois eu queria muito votar contra aquele senhor de boliqueime. mas percebi que nos últimos tempos tenho votado sempre contra alguém e não em alguém. é sempre o mal menor, votar em alguém porque não se quer outro alguém no poder. e por isso e porque o 'meu' candidato deu uns quantos tiros no pé, decidi não votar, quero lá saber, trigo limpo farinha amparo, não quero nenhum deles para presidente do meu país.

os portugueses começaram o ano desconfiados. com a crise, com o défice, com o fmi, com o governo, com a oposição. eu tento não ligar muito aos portugueses, mas não consigo. se calhar é por ser português e viver todos os dias com eles. os que cá nasceram e os que para cá vieram, que para mim é tudo igual, somos do sítio que habitamos. eu gosto de ser português, mas não gosto da desconfiança dos portugueses. a desconfiança tolhe os movimentos e não deixa espaço ao risco. e sem risco não há vida. pensando nestas problemáticas, resolvi pesquisar 2011 no google imagens e apareceu-me esta, que acho que resume o sentimento português em relação ao novo ano.

veio daqui

um novo ano é sempre como um livro em branco, podemos imaginar os momentos que vão preenchê-lo, ou simplesmente saborear a vertigem do vazio. o ípsilon da semana passada divertia-se a projectar os acontecimentos culturais que vão preencher este 2011. atrevo-me a destacar dois: o filme que spielberg construiu em torno do tintin de hergé e a possibilidade dos radiohead lançarem novo disco. o filme do spielberg porque o tintin fez parte da minha adolescência de uma forma muito marcante e tenho muita curiosidade em ver toda a parafrenália tecnica do cinema digital ao serviço do intrépido jornalista, do irrascível haddock e restante galeria de personagens; o disco dos radiohead, porque são actualmente a única banda com quem tenho uma relação de fã incondicional, daquelas relações que tínhamos com as bandas quando éramos adolescentes. cada novo disco é sempre uma surpresa, e os radiohead são mestres a gerirem o factor surpresa. para quem não sabe de quem estou a falar, ficam três músicas que espero sejam do vosso agrado. se não gostarem à primeira, tentem segunda vez...














afinal fica mais uma de bónus... até para a semana!


2 comentários:

São Grade disse...

Prometido é devido, não é Nélio? Cá estás tu com a crónica da semana!Espero que continues ou lá vou eu ter que mostrar o meu estendal da roupa mais vezes...
Apesar de não poder comentar acerca do "teu" andidado , nem apreciar por aí além a "tua" banda, subscrevo um pouco a tua opinião acerca, não do ano 2011(que não tem culpa nenhuma, coitadinho!) mas acerca da forma como encaramos o futuro em geral , seja ele já o dia de amanhã seja no final do ano seja nos próximos 40 anos...
Damos demasiada importância ao futuro, esquecemo-nos do presente e não recordamos suficientemente o passado!
Isto vindo duma pessoa que sofre de ansiedade permanente e incurável e sofre por antecipação...torna-se uma grande frase!
Finalmentx, prontx, o que queria dizer é que VIVAM HOJE! Curtam agora, daqui a pouco já é tarde!

nelio disse...

pois, atrasei-me uns dias, mas ainda consegui apanhar o barco. espero conseguir manter o ritmo semanal, nem que seja para dizer meia-dúzia de patacoadas. mas o teu estendal é perfeitamente compatível com as minhas 'crónicas'. se houvesse outros que assumissem o compromisso de um post mensal ou semestral ou diário ou quando o rei faz anos, dependendo do ritmo e da disponibilidade de cada um, melhor...
quanto às ansiedades com o futuro, cada vez me educo mais para viver um dia de cada vez, e valorizar ter vivido cada um dos que já passaram. os mecanismos de formatação social é que persistem em nos impingir um modelo de vida perfeita, que na realidade ninguém tem, comparado com o qual as nossas vidas ficam sempre a perder. outro logro é a estória do sofrimento. aprendemos tanto através do sofrimento, porque passamos a vida a evitá-lo? :)