sábado, 10 de julho de 2010

desfragmento-me

Lá venho eu com as queixas do calor de Verão...tenho outras mais profundas que não posso deixar vir à tona...vingo-me no calor, no suor que pinga em cima do computador, na noite de condomínio que tenho que começar em 30 minutos, do avião que não está à minha espera para me levar para outros mundos, outras culturas, outros banhos de vida...enfim, queixo-me como boa portuguesa que sou! Mas no fundo de mim há um sentido de bem-estar quietinho, sossegadinho, escutando e tranquilamente sem intervir. para não quebrar nada.
os meninos não residentes no Algarve não percam a partir de 30 de Julho, já que cá não estão antes, o dito cujo Allgarve. Ao menos podemos assistir a alguns momentos de arrepio musical delicioso, enquanto partilhamos com outros este pequeno território descoberto à beira mar. Já não há figos à beira da estrada. Antes era assim mesmo: a caminho da praia parávamos nas figueiras que eram de toda a gente e trazíamos um cesto de figos, não trazíamos mais! Ainda armávamos aos pássaros entre o carro e a escarpa que deitava sobre a praia e antes de descermos as falésias até à água gelada do Atlântico, já levávamos grande parte das redes lançadas. Na volta da maré, subíamos até às ratoeiras e apanhávamos aquela passarada distraída (perdoem-me agora que já não conseguiria fazê-lo, tornei-me menos caçadora), agarrávamos os figos se já não os tivéssemos e regressávamos a casa. Não ficávamos para lá de um tempo. Por vezes íamos muito cedo, levávamos também as canas e trazíamos peixe. O meu tio Joaquim é que era o timoneiro destas aventuras.
Agora Allgarve é outro. Nada tem de colectânia, de caça de pesca, de apanha de almoço ou lanche, nada tem de caminhada pelas veredas até à beira mar. As escadinhas estão todas compostas feitas de tijolo e pedra, desenhadas pelos melhores arquitectos de ambientes turísticos. os carros ficam em estacionamentos pagos ou então disputam os parcos lugares não tão perto da praia como isso...e em vez de pássaros há gente por todo o lado! Passeiam-se, usufruem dos espaços, acotevelam-se, digladiam-se pelo melhor lugar na esplanada que avista o mar...Muita gente! É a partir desta altura neste Algarve que fica muito carregadinho, que eu fujo para a minha ilha mais secreta e reservada. Mas este ano pus-me de castigo e aqui estou, frente a um computador, suando, queixando-me da vida e do calor, rogando pragas...coisas das veredas da vida. (Ó São como é que eu calo aquela coisa que tu mandaste com a tua fotografia em terras de leste)?

2 comentários:

São Grade disse...

ups! nã sê!

São Grade disse...

olha e acerca do agosto conto estar por essas terras e a gente, com muitos ou com poucos havemos de
"ir ó figo"!!! Combinado?