quarta-feira, 21 de julho de 2010

Uma história de amor e dor


Há muito não sentia algo tão forte....Estive tão perto deles que podia sentir-lhes o coração apertado, a garganta seca, a dor, a dor...
Mic veio primeiro: Não sabia o que fazer. Culpa. Tanta culpa!!! Conversámos: apelei à responsabilidade (para substituir a culpa...), à liberdade de sentir. Que não. Que não podia fazer isto porque não faz parte dos seus valores. Ela não merece, é a melhor mulher do mundo! (havia outra. Mais nova. Great sex).
...
Trouxe a Madelene. Falei primeiro com ela. A historia, ao contrário de tantas outras que já conheci, era exactamente a mesma até no que diz respeito aos sentimentos que cada um percebe que o outro sente. E entende. E compreende. E espera...Espera tanto que já lá vão dois anos...sempre à espera que os sentimentos passem. Que o tempo passe. Apague o sentimento quente de sexo fresco; de risco. De paixão. E volte. Volte para mim, volte para nós. Eu amo-o tanto. Ontem fiz-lhe massagens com velas. Tocámo-nos. Tive esperança que fizéssemos amor. Não conseguiu...Não quero falar nisso.
Agora estou menos triste. Ele voltou fisicamente. A sua mente continua lá. Com a outra. Porque não vais ter com ela se o sentimento é tão forte? Eu não consigo. Porque te vou magoar a ti. Aos filhos. À família. Vou destruir a nossa casa. O nosso mundo. Não posso fazer-te isso. Tu és tão boa. Aceitas tudo...E ela vai aceitando...esperando. E ele chora, vai morrendo todos os dias um bocadinho consumido pela Culpa. Pela má impressão que tem de si próprio. Pelo descontrolo do seu coração.
E agora?...impasse...
Qual o pior cenário? – a separação. Deixá-los triste e aos filhos (que não me perdoam nunca mais)
O melhor cenário?: juntarmo-nos de novo. De outra forma.
Sem amor? Com o coração ausente? Como um dever? Não quero!
Não consigo mexer no que sinto! Não tentaste! Tentei! Na minha cabeça...(afinal serão os únicos momentos felizes que tem: nos braços de Sofia, a outra!)
Madelene está a “fazer-se à vida” – voltou a estudar...para retomar a sua profissão (que deixou para se dedicar à família).
Eles vão caminhando...mas...tanto sofrimento de cada lado!!! Não conseguem mover-se...as areias são movediças, os passos em falso...como os meus passos, os teus passos...que nos vão aguentando, no lodo, na terra firme, na água ou na areia que também move.

3 comentários:

São Grade disse...

Porque amar e sofrer, de e por amor quase que são histórias indissociáveis...umas terão o seu happy end, outras nem por isso!

Anónimo disse...

São dores da vida... como eu compreendo...
bjs

nelio disse...

gostei muito de ler isto.