quarta-feira, 30 de junho de 2010

Aos meus amores

Aos meus amores
Não, não é Dia de S. Valentim outra vez!
Este assunto estava aqui guardado na minha garganta, ou na ponta dos meus dedos há muito tempo, mas só agora é que resolveu sair e vou dedicá-lo à minha filhota mais velha!
Dei comigo a pensar nos meus amores! Nos nossos amores! Porque as nossas histórias entrelaçam–se!
Nos amores da escola, do liceu, dos amores correspondidos e dos platónicos!
As borboletas na barriga, os calores e rubores (não da menopausa, mas da adrenalina) quando víamos ao longe o dito/a cujo/a, ou nos cruzávamos com Ele/a! Uiii! Até arrepiava!
Às vezes “Ele/a” nem sabia que nós existíamos (eu tive paixões dessas, vocês não?)
Havia um lourinho, parecido com o fulano do filme Jesus Cristo Superstar, lindo de morrer e com quem eu a minha amiga Magó nos cruzávamos para cima e para baixo na rua de
Stº António mandando umas pestanadas delicodoces… Era ele e outro…um para cada uma!
Acho que era impossível não reparem no nosso interesse e alinhavam neste jogo inocente de flirt e sedução! Nunca chegámos a trocar uma palavra !!
Entre nós, grupo da Mixta e Experimental e por aí fora, também houve muitos amores e desamores, uns assumidos outros mantidos mais ou menos em segredo nos nossos corações (os platónicos) mas que não deixavam de ser adoráveis!
Algumas “amores” não duravam muito tempo, mas enquanto existiam eram deliciosos.
As relações eram despretensiosas, divertidas, sem passados nem futuros, sem amarras ou compromissos.
Pura “curtição”! Puro jogo!
Era “andar com”, não era namorar (namorar era a sério, era para casar!)
Tenho boas memórias, mesmo dos meus amores platónicos… e acho que ainda agora guardo no coração um espacinho para alguns deles!
A cidade era pequena, a juventude irrequieta e as trocas de pares era inevitável!
O sofrimento da perda faz parte do Amor. Às vezes doía, doía muito! Doía porque éramos indiferentes ao outro/a, doía porque o outro/a esperava coisas diferentes do que nós, doía porque o outro/a se tinha desinteressado…
Mas depois de algumas lágrimas de tristeza pura, logo, logo, outra “fogueirinha” se acendia!
À medida que crescemos queremos mais, queremos ainda parecer-mos mais crescidos, (parvos! nem sabemos o que nos espera !!) queremos mais compromisso, queremos cruzar passados e “cozinhar” futuros comuns e os amores ficam mais sérios, por vezes mais complicados, porventura dolorosos mas também certamente mais gratificantes!
E assim, acabamos por descobrir que o/as miúdo/as cresceram e que contrariamente ao que algumas pessoas sentem, não se tornaram seres desprezíveis, mas adoráveis homens e mulheres por quem nos iremos apaixonar verdadeiramente, e encontrar a nossa cara-metade, aquele/a que nos completa, aquele/a que corresponde às nossas fantasias de menino/as, ou com quem nos sentimos “em casa”, confortáveis, sereno/as, tranquilo/as e felizes.
Raramente esse/a aparece montado num cavalo branco e de turbante esvoaçante na cabeça, qual príncipe das arábias, nem num tapete voador como o Aladim, nem gritando de uma limusine com um ramos de flores como o Richard Geere à Julie Roberts…
Simplesmente aparece, de mansinho ou atinge-nos que nem um raio e pronto…já está!
E o nosso coração ( que pensamos cansado de amar e de sofrer ) apaixona se outra vez!
Se é “forever” ou não, pouco interessa!
Agora é que é o momento de sentir, de viver, de amar! Ainda hoje!
Amanhã é outro dia!

3 comentários:

Lena OR disse...

Só tu São, para escreveres as coisas assim, de uma forma tão simples e ao mesmo tempo tão carregada de sentimento e emoção. só tu para conseguires escrever e descrever o tumulto de sentimentos num coração adolescente. Amores e desamores que nos fizeram crescer,que fazem parte daquilo que hoje somos e descobrir o que agora temos. Percursos giros de vida, a vida de cada um de nós... bjnhs

m. disse...

Que linda...Maria da Conceição, assim eternamente apaixonada! É bonito, é ternura. Eu creio que nós continuamos a ser como em pequeninos. Só que nessa altura podemos ter muitos amores andamos mesmo com os olhos em bico porque cada um se vira para um lado diferente. Agora não podemos...criaram a sociedade desta maneira. "Eles fizeram os dias assim..." diziam os Trovante.E nós mantemos-nos fieis ao nosso cavalo branco onde por vezes vamos à boleia amparadas pelo cavaleiro, outras somos nós que o agarramos e levamos na cavalgada. Até fazer sentido a caminhada. E somos nós que vamos dando sentido à caminhada, construimos coisas, diques, ninhos, castelos no ar...e a sua manutenção é a seiva da relação amorosa. John Lenon (creio) dizia "If you dont live with the one you love...love the one you live (with)". Aprendemos e, se formos cuidadosamente íntimos e soubermos gerir as nossas diferenças, o nosso sistema imunitário, o nosso mundo psicológico, relacional, emocional estarão poderosamente mais fortes e podemos ascender à felicidade.

São Grade disse...

pois!