Sete horas da tarde. Calor imenso. de mangueira na mão de lugar em lugar de planta em planta parecia-me ouvi-las agradecer à medida que iam bebendo a frescura que lhes chegava. a terra molhada sempre me alterou os sentidos. fico a ser parte dela. assim, como se fosse terra como se fosse água. no ar o calor baixava, lento, com a tarde...a hora do mosquito: a mais bela das horas do dia onde tudo se transforma em cores perfeitamente indizíveis. os lilases, os azuis, os mesclados de laranja e fogo, as cores de luz...tudo ao mesmo tempo no mesmo universo. Hoje é o último dia daquele mês que sempre me soou a Verão. Dizer agosto ou dizer verão sempre para mim representou o mesmo! para alguns aqui no Algarve, isso também pode dizer trabalhos e canseiras. para mim não. sempre soube a paragem. a banhos. a sal. este ano mais curta mas uma paragem tão forte e intensa que teima em ficar em mim. o raciocínio das coisas ainda não se apoderou do meu cérebro, aguardo impacientemente. a luz, o insigth, a inspiração. Entretanto vou devorando leituras com a mesma fluidez com que bebo água ou saboreio os últimos figos da horta. leio tudo. leio livros fantásticos, leio revistas péssimas que se metem até dentro das cuecas e soutiens dos mais famosos, leio textos de recasamentos, divórcios e Felicidade, vou lendo...tudo se articula, consigo até fazer a ligação entre todas essas letras, essas palavras, alguns sentidos. proponho-vos uma leitura empolgante para as tardes de Setembro: A mulher certa, de Sándor Márai. e, para partilhar convosco por anda o meu pensamento de criação estudantil, reporto-vos a Luc Ferry, com quem me revejo muito, "Famílias, amo-vos": ..."a história da intimidade, da família moderna e do casamento por amor - vivemos uma formidável revolução dos espíritos, sem nos apercebermos nem conseguindo ainda medir os seus efeitos: uma mutação lenta e silenciosa que marca como nunca outra o fez as nossas existências e altera radicalmente a problemática clássica do sentido da "vida boa". (...) vamos afastar-nos "progressivamente das entidades tradicionais supostamente grandiosas porque desumanas - divindade, hierarquias sociais, aristocracias, Nação, Pátria, ideais revolucionários -, instalando-se gradual mas solidamente no coração menos divino, ou seja, na própria humanidade." Para os alunos de filosofia do secundário, este autor tem um excelente livro sobre Filosofia a não perder...(até pareço o Marcelo e as escolhas...). Então meninos a vontade de rever os velhos espaços com novas ideias? a ideia de mudar umas coisitas para tornar as cosas mais saborosas? ora contem lá das vossas intenções de rentrée. estes meus monólogos têm falta de retroação (já só tem um ç , comprei agora o acordo ortográfico e estou a aprender...), falta de conbíbio (acho que aqui ainda é com v), de reciprocidade, de dinâmica...Olhem moços: abraços!
Já viram as moças gaivotas em posição de arranque?