terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A ilusão de não saber escrever a cores

Quem seriamos? Que caminhos não teríamos percorrido se não fossem os desafios que a vida nos tem colocado e que, ora de braços abertos, ora acabrunhados, inseguros, perdidos temos vindo a viver.
Tenho andado a adiar ir vasculhar as caixas onde desde sempre fui guardando as fotografias que, não sei bem porquê, nunca foram para um album. Talvez porque sempre tive a mania das caixinhas, muitas caixinhas, dentro de caixinhas um pouco maiores. Umas de cartão, outras de lata, daqueles que recebiamos cheias de bombons quando era dia de festa, ou quando conseguiamos que nos saisse a bolinha dourada, naqueles cartões que perfuravamos nos cafés. Lembram-se? :). E as caixinhas foram/vão-se acumulando dentro de gavetas e de arcas. Por vezes penso em colá-las em albuns, mas logo desisto da ideia. Gosto de as guardar assim. Gosto de retirar o molhinho. (Re)descobrir uma atrás da outra. Olhar cada "cenário", cada rosto, cada expressão daqueles que foram e daqueles que ainda são, verdadeiramente significativos na minha vida. (Re)lembrar nomes, refrescar a memória, transportar para o momento, o contexto do registo. Guardadas em caixas têm outra magia, são como que tesouros, segredos, essências... As caixas das fotografias, têm "sempre algo mais" do que as fotos que lá colocámos um dia.
Ao longo do dia de hoje, fui "cuscando" o nosso blog, hábito/vicio que adquiri desde há uns dias e heis que dou por mim a retirar de gavetas e de caixas que há uns meses trouxe da casa onde cresci, as ditas caixas e caixinhas. Acho que foi a mensagem da São, o comentário do Nélio... no fundo foi um pouco de tudo o que todos têm partilhado neste espaço. Foi um pouco cada um de vós. Ao descobrir cada foto, vi-nos crescer. (Re)descobri-nos na Afonso III, mas também noutros espaços, noutros contextos, noutras aventuras, noutras paixões, noutras andanças.
Amanhã, vou tentar digitalizar algumas para, pela calada da noite, vos mostrar "em segredo";).

Tenho "xaudades" de vós!
Se amanhã chover, espero que um arcoris vos "pisque o olho"!


PS: Vês São, não saber escrever a cores era apenas uma ilusão! :)


1 comentário:

São Grade disse...

É! Somos nós que criamos e recriamos as nossas ilusões e às vezes,quando queremos, mas quando queremos MESMO até as transformamos em realidades, não achas?
Que lindos pensamentos, Teresa!