terça-feira, 8 de dezembro de 2009

na madrugada

madrugada. tantas vezes que tenho que ficar acordado madrugada fora. hoje, uma vez por semana, por razões profissionais. gosto da noite, porque me dá o silêncio que não tenho durante os dias. gosto de estar acordado à noite, mesmo quando sou obrigado a estar acordado à noite. e gosto de divagar à noite. às vezes já não sei se escolhi esta profissão ou se foi esta profissão que me escolheu. não me parece que seja por acaso que a maior parte de nós escolheu profissões de carácter humano, viradas para as pessoas. somos professores, psicólogos, médicos. e temos a mania que somos artistas... nenhum de nós é economista ou gestor, pelo menos que me lembre. num mundo que cada vez valoriza mais o material, o parecer, nós escolhemos as essências, o ser. caminhos mais complexos, que nos obrigam a confrontarmo-nos com a nossa humanidade, a nossa fragilidade, a nossa contante mutação. gostei de ler o que a teresa escreveu: fomos um bando de putos giros. e teimamos em ser um bando de adultos giros, com ideias próprias, sempre resistentes à formatação social. dá muito mais trabalho, assim, mas também dá muito mais gozo. se calhar isto não passa de uma presunção, mas não faz mal. as verdades não precisam de ser absolutas, têm muito mais interesse quando são relativas.

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